Conheça a importância de proteger o Cerrado contra incêndios

Por meio da campanha “Defensores do Cerrado”, instituições que atuam no segundo maior bioma do Brasil buscam sensibilizar a sociedade e incentivar a formação de brigadas voluntárias

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Entidades ambientais lançaram a segunda edição da campanha Defensores do Cerrado, que busca conscientizar a sociedade civil sobre a importância das brigadas voluntárias, responsáveis por atuar diretamente na prevenção e combate dos incêndios na região. Com a chegada da temporada de seca, que vai de maio a outubro, a preocupação com o alastramento do fogo no segundo maior bioma do País é novamente reacendida, pois os focos de incêndio podem colocar em risco a biodiversidade local, trazendo insegurança a comunidades e causando prejuízos materiais. A campanha é uma realização da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, com o apoio do Instituto Humanize, Instituto Internacional de Educação do Brasil (IEB), Nature Invest e Instituto Cerrados. O site da iniciativa é o https://defensoresdocerrado.com.br/.

Dados do monitor do fogo

Dados do Monitor do Fogo – uma parceria entre o MapBiomas e o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM) – mostram que a ocorrência de incêndios no Brasil atingiu uma área equivalente ao estado do Acre em 2022: foram 16,3 milhões de hectares, sendo 45% (7,4 milhões de hectares) no Cerrado. Além disso, somente no ano passado, o bioma registrou avanço de 20% no desmatamento, o que contribui para deixar o clima mais seco e fragmenta a paisagem natural, criando condições para novos focos de incêndio.

O Cerrado é um dos biomas mais ricos em biodiversidade do planeta – apenas entre os vertebrados, há mais de 800 espécies de aves e 1.200 peixes e mais de 7 mil espécies de plantas vasculares, das quais 45% são endêmicas. Além disso, o bioma é fundamental para a manutenção do equilíbrio hidrológico do país. 

Defensores do Cerrado

Nesta nova edição, a campanha fez uma parceria com a jornalista e influenciadora Bárbara Lins, que divulga as paisagens do Cerrado para seus 168 mil seguidores no Instagram. Também foram produzidos vídeos com líderes comunitários do bioma para realçar o que o Cerrado tem a oferecer e mostrar a riqueza sociocultural presente em seu território. 

As cinco “vozes do Cerrado” são de Vilmar Kalunga, quilombola e atual prefeito de Cavalcante (GO); Nahiane Kalunga, contadora e quilombola; Maria Aparecida Norberto da Silva, professora, agricultora e responsável pela associação de moradores do assentamento Rio Bonito; Richard Avolio, dono da Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Vale das Araras, empreendedor na área de turismo de natureza e brigadista voluntário; e Teia superintendente do distrito de São Jorge,  em Alto Paraíso (GO).

Importância das brigadas voluntárias no cerrado

As brigadas voluntárias são compostas por guias de turismo, professores, comerciantes locais, estudantes, entre outros. São pessoas extremamente comprometidas com a proteção da região que se disponibilizam a combater incêndios com pouco recurso.

São as brigadas voluntárias que, juntamente com brigadistas do ICMBio e do PrevFogo/Ibama, conseguem chegar mais rápido aos focos de incêndios em áreas naturais, especialmente em locais distantes dos grandes centros urbanos, executando rapidamente o primeiro combate e evitando que as chamas se alastrem. O trabalho exige grande esforço físico, como enfrentar sensações térmicas que ultrapassam 250°C e caminhar dezenas de quilômetros por dia em áreas de difícil acesso. Para isso, carecem de recursos para garantir uma estrutura mínima, promover a formação de brigadistas, além de adquirir e manter equipamentos para o combate ao fogo.

Sobre a Fundação Grupo Boticário

Com 32 anos de história, a Fundação Grupo Boticário é uma das principais fundações empresariais do Brasil que atuam para proteger a natureza brasileira. A instituição atua para que a conservação da biodiversidade seja priorizada nos negócios e em políticas públicas e apoia ações que aproximem diferentes atores e mecanismos em busca de soluções para os principais desafios ambientais, sociais e econômicos. Já apoiou cerca de 1.600 iniciativas em todos os biomas no país. Protege duas áreas, uma no Cerrado e outra na Mata Atlântica – os biomas mais ameaçados do Brasil –, somando 11 mil hectares, o equivalente a 70 Parques Ibirapuera. Com mais de 1,2 milhão de seguidores nas redes sociais, busca também aproximar a natureza do cotidiano das pessoas. A Fundação é fruto da inspiração de Miguel Krigsner, fundador de O Boticário e atual presidente do Conselho de Administração do Grupo Boticário. A instituição foi criada em 1990, dois anos antes da Rio-92 ou Cúpula da Terra, evento que foi um marco para a conservação ambiental mundial. 

Site: www.fundacaogrupoboticario.org.br
Redes sociais: @fundacaogrupoboticario